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'Eu incomodo porque sou comunista', diz capitão PM capixaba

Capitão Sousa responderá interrogatório por ter criticado governo federal, política de segurança pública e por ter participado de ato "Fora Bolsonaro"


Por Cláudio Figueiras

Século Diário/Acervo pessoal
Século Diário/Acervo pessoal

O capitão da Polícia Militar do Espírito Santo (PM-ES), Vinícius Sousa será submetido a interrogatório nesta segunda-feira (17), na Corregedoria da corporação, como parte de dois processos instaurados no último mês de dezembro contra ele. O motivo? Ter dado entrevistas à imprensa local com críticas à Corregedoria e ao governo federal e também por ter feito postagens em redes sociais sobre segurança pública e por participar de manifestação popular pelo “Fora Bolsonaro” em julho de 2021.


Capitão Sousa, que integra o Movimento Policiais Antifascismo, lotado em Cachoeiro de Itapemirim, sul do estado, reafirmou nesta quinta-feira (13), que não desrespeitou nenhuma autoridade e não teme se manifestar contra a injustiça e a desigualdade.


“Eu incomodo porque sou comunista”, declarou o militar ao site capixaba Século Diário, ao defender o direito de ter uma ideologia que direcione sua visão de mundo, no sentido filosófico, destacando o fato de não pertencer a nenhum partido político. Ele aponta, de forma crítica, o controle exercido “pela classe dominante”, que impede uma transformação social mais igualitária.


A seguir, o pensamento vivo do capitão Souza:



- As transformações não ocorrem porque a burguesia controla a mídia, monitora os partidos políticos, não permite plebiscitos e impede que a democracia chegue para as pessoas;


- A classe trabalhadora não tem voz ativa;


- O governo federal entrega o patrimônio do país às potências estrangeiras, que ainda dizem o que deve ser feito;


- O Brasil está virando um fazendão, com a desindustrialização;


O capitão Sousa, 37 anos, casado, pai de três filhos, tem formação em Direito com pós-graduação em Gestão Pública, além do curso de oficiais da PM. Ele defende direitos plenos para os policiais, como qualquer cidadão, e destaca a vedação constitucional à greve, à sindicalização e à filiação partidária, procedimentos seguidos pelo Movimento Nacional de Policiais Antifascismo no Espírito Santo, do qual é integrante.


O grupo é formado por policiais militares de várias patentes, policiais civis e rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais.


O advogado André Perecmanis, assumiu o caso voluntariamente em defesa do capitão Souza. Perecmanis integra a Rede Liberdade, que reúne renomados criminalistas de todo o Brasil comprometidos com a liberdade de opinião e pelo movimento “Cala-Boca Já Morreu”, liderado pelo youtuber Felipe Neto. Ele conta, também, com o apoio do advogado André Moreira, ativista de direitos humanos no Espírito Santo.

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