Saída de Alexandre da liderança do governo é prenúncio de terremoto
Por Helcio Albano
Soube hoje com surpresa da demissão do vereador Alexandre Gomes (PV) da liderança do governo Nelson (PL) na Câmara.
A razão de sua saída foi o entrevero que o parlamentar teve com os secretários de Transporte, Fábio Lemos (Fabinho), de Ordem Pública, Márcio Ribeiro, e o sub de Posturas Rogério Duarte, que realizaram uma ação de fiscalização truculenta em bares do Boassu, base eleitoral de Alexandre, na noite de sexta-feira (1/9).
O vereador subiu nas tamancas. Irritado, muito irritado. Como há muito não se via. E levou a crise pra dentro do Parlamento e a jogou no colo do prefeito na primeira sessão após o ocorrido, na terça (5).
No dia seguinte (6) não houve sessão e, ontem (12), Gomes subiu a mesma Tribuna de onde desferiu ataques virulentos contra os servidores da Prefeitura pra anunciar sua saída da liderança. Mas não da base do governo, a quem ainda jura lealdade, citando nominalmente pai e filho, Nelson e Douglas Ruas. Porém, deixando de fora do seu juramento o deputado Altineu Côrtes.
Alexandre é pavio curto e, com a ausência de oposição na Câmara, tinha vida mansa. Por isso, não se tem notícia de ter alguma vez se excedido nos diversos embates que, como líder, era obrigado a travar em defesa do governo. Mas a sua explosão foi justamente contra membros da própria base, que poderia ser resolvido dentro de um gabinete a portas fechadas. Sapo existe é pra engolir mesmo.
Mas tudo indica que, às vésperas das eleições, as placas tectônicas da política em São Gonçalo estejam se mexendo por algum abalo sísmico que em breve saberemos.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
